Hoje pessoas encaram o idoso como uma pessoa limitada para a atividade sexual. Além disso, muitas vezes a ausência de um companheiro delimita o fim das práticas sexuais.
A sexualidade não é expressa somente pelo ato sexual, pelo fator procriação.
Pesquisas afirmam que entre a população idosa há interesse sexual, sendo que o namoro e o companheirismo surgem como substitutos do sexo.
Ainda existem muitos preconceitos a respeito da sexualidade na terceira idade. Para muitos, os mais velhos não têm libido e sua sexualidade é inexistente. Mas contradizendo o senso comum, a velhice é um período pleno de desenvolvimento, construção, aprendizado e vínculos. Além do mais, a libido não tem sexo, e se expressa por meio do autoerotismo, heterossexualidade e homoafetividade.
Com as mudanças do corpo, algumas adaptações podem ser necessárias para ajudar na expressão da sexualidade dos idosos. A presença de doenças também contribui para a diminuição da prática, mesmo assim os idosos podem migrar suas vivencias ligadas a sexualidade para outras coisas, como o autocuidado e experiências em conjunto.
A maior parte dos idosos não procura orientação de um profissional da saúde para falar sobre sexo. Isso é um erro, pois cabe ao médico investigar a história sexual do paciente e orientá-lo quanto ao que ele pode fazer, tirando todo o mistério e vergonha que possa haver por parte do idoso com relação a esse assunto.
O preconceito do sexo na velhice é adotado por se acreditar que a fase de vivenciar a sexualidade está condicionada a idade dos mais jovens.
Além disso, a posição religiosa também interfere no assunto, devido a influência cristã-religiosa que é um forte fator presente na geração idosa. O fato de a religião pregar que o ato sexual deve ser associado ao casamento monogâmico, moralidades e principalmente ao da prática sexual para procriação, articulando a sexualidade com normatização e culpa, promovendo a redução da sexualidade, causando também repugnância sexual por parte das mulheres.
Os mais jovens e os mais velhos têm mais facilidade de superar a rigidez da sexualidade normativa do que os adultos: Os jovens ainda estão descobrindo a sua sexualidade e os mais velhos não sentem necessidade de corresponder a uma demanda social instituída pelo casamento de reprodução.
Com a chegada da menopausa as mulheres se deparam com diversas questões relativas a sua sexualidade desde a puberdade. Assim podem acabar diminuindo suas atividades sexuais, mas isso não impede uma vida sexual gratificante, com um bom nível de satisfação para consigo mesmo e para com a própria vida.
A preparação da velhice no meio da fase adulta é importante, pois um bom planejamento será vital para vivenciar a etapa que se segue, já que a existência da sexualidade é negada ao velho pela sociedade. Também é importante para que possam entender que as mudanças que ocorrem no corpo durante a velhice são naturais, sobretudo no que diz respeito ao declínio do aparelho reprodutor. Preparar-se para descobrir novas formas de encontrar prazer, já que esta não é dada apenas pelo ato sexual da penetração, é indispensável.
A sexualidade na terceira idade é rodeada de tabus, relacionando assim a prática sexual dessa faixa etária a pecado e algo desnecessário. Portanto, é necessário que os idosos quebrem barreiras impostas por religião, sociedade e a vergonha do próprio corpo. Diante disso, é importante que seja um tema mais abordado entre médicos e pacientes.